Por que eu falo tanto sobre amor próprio e autoestima? Porque gostar do que eu vejo no espelho vai muito além de me achar bonita. Desde que eu passei a gostar de mim muita coisa mudou. Eu comecei a desconstruir a ideia de precisar caber em um padrão de beleza para ser valorizada e também de precisar compensar o fato de ser gorda, leia-se feia, com outras qualidades.
No trabalho, nos relacionamentos, na família, em casa, na rua. Tudo mudou! Eu comecei a falar 'não' e a exigir respeito e isso colocou um ponto final em muitas coisas. Confiar em mim me fez entender que eu não precisava agradar ninguém e é aí que mora a liberdade. Quando conhecemos o nosso valor, a gente só quer compartilhar momentos com quem respeita os nossos passos.
Não, não foi de um dia para o outro. A caminhada até o amor próprio é longa. Anos e anos de mudanças até chegar em uma situação confortável comigo, com os outros e com os ambientes por onde eu circulava. Também não foi e ainda não é fácil. O amor próprio é um estilo de vida que a gente precisa praticar todos os dias. Alguns dias ele não vai aparecer e tá tudo bem, é assim mesmo.
Se eu tivesse que traçar uma linha do tempo, eu diria que tudo começou muito devagar quando sai da cidade que nasci e da casa dos meus pais. Depois veio a transição capilar e os primeiros contatos com o feminismo. Aí eu me reconheci como mulher. Sofri muito, mas muito mesmo (pisciana, né mores), com relacionamentos que sempre me faziam encarar a rejeição.
Aí surgiram outros problemas de grana, de família e de crise existencial. Fiquei mal por não conseguir pedir ajuda e por fingir que estava tudo bem. Foi quando a vida me presenteou com amig@s que entenderam tudo e me estenderam a mão em diferentes fases. Aí teve perrengue, desemprego, crise de ansiedade, mudanças, amores, terapia e recomeços. Tudo isso me trouxe até aqui e UFA! A minha vida é perfeita hoje? Claro que não, mas pelo menos eu me amo e não pego para mim culpas que não são minhas. Isso deixa tudo mais fácil!
A autoestima liberta
Quando digo que #aautoestimaliberta é porque eu acredito que, apesar de toda a bosta que rola a nossa volta, uma mulher que recupera a autoestima sabe o valor que tem e isso é o mais libertador que pode acontecer.
Então, ter um olhar positivo em relação aos nossos corpos não é SÓ sobre beleza, é também sobre amar tanto quem nós somos e sentir tanta segurança a ponto de enxergar que somos capazes e temos direitos. Direito de ser feliz, de vestir, de ser amada, de trabalhar, de usar o transporte público, de comer, de se exercitar, de falar não, de ter saúde, de caber na cadeira, de não aceitar qualquer coisa. Direitos que uma pessoa que não se ama não consegue reconhecer. É por isso que eu falo tanto sobre amor próprio e autoestima.
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