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Olar, tudo bem?
Hoje eu vou falar sobre a minha relação com as roupas e também contar onde eu geralmente comprava em São Paulo (SP).
Se tem uma coisa que me fez sofrer muito na adolescência foi comprar roupa. Toda vez que eu precisava de uma calça de jeans, de um vestido de festa, de um biquíni ou até de uniforme escolar era uma frustração sem fim. Fora a vergonha que eu tinha de falar o tamanho que eu usava ou de ter que avisar que a roupa não serviu, era muita humilhação para uma pessoa de 15 anos. Horas e horas provando roupas e nada ficava bom. Acho que por isso até hoje eu prefiro lojas onde posso escolher e provar sozinha, sem ter que falar com nenhuma vendedora.
Naquela época eu pensava que tinha alguma coisa errada com o meu corpo e quando eu não encontrava roupa tinha certeza de que uma pessoa gorda não podia ser normal e feliz. Eu achava que o mundo não tinha sido feito para nós. Ainda bem que o tempo passou e hoje eu tenho a certeza de que pessoas gordas podem tudo e são felizes sim. O mundo e as pessoas ainda precisam melhorar muito para atender a gente de forma saudável e confortável, mas aos poucos vamos lutando pelos nossos direitos.
No caso das roupas, é incrível como a moda plus size cresce a cada ano e ocupa diferentes lugares. Tudo mudou muito nos últimos dez anos! Muitas marcas tradicionais que sempre ignoraram os corpos gordos aumentaram as suas grades nos últimos anos. Outro fator interessante é que a necessidade gerou novas marcas exclusivamente plus size. Pela minha experiência, vejo que algumas marcas fazem tudo com muito amor e carinho, outras só querem o nosso dinheirinho e não estão tão preocupadas com o bem-estar do corpo gordo. Quem sofre com isso somos nós, as mulheres gordas.
Enquanto para muitas mulheres comprar roupa é uma atividade normal, às vezes até é uma atividade de lazer ou de desconexão, para as mulheres gordas é necessidade e conquista recente. Para algumas, principalmente as com menor poder aquisitivo e gordas maiores, a dificuldade de se vestir ainda é uma realidade.
Desde os meus primeiros contatos com lojas especializadas em roupas para pessoas gordas eu lembro que elas custavam muito mais que as outras. Mesmo com o crescimento desse mercado, eu vejo que ainda não é um setor muito acessível. As marcas que oferecem tamanhos grandes ainda não são para todos os bolsos e algumas se limitam a atender até o 52, o que não ajuda muito.
Por questões de dinheiro, eu sempre aproveitei para comprar apenas peças em promoção em eventos/lojas exclusivamente plus size. Algumas são maravilhosas, mas custam muito para o meu bolso. Com sorte, dá para achar boas opções nas araras da coleção passada. Pelo bom custo-benefício e pela liberdade de comprar sozinha que citei antes, eu acabava sempre buscando outras roupas em grandes redes como Marisa, C&A, Renner e Caedu, essa última conheci há pouco tempo. Nos últimos anos eu passei do tamanho 46 para 50 e mesmo assim ainda conseguia encontrar opções de roupas nessas lojas. Imagino que, infelizmente, seja mais difícil para quem precisa de tamanhos 52+.
A minha relação com a moda era nula até pouco tempo e acho que isso se explica pela experiência traumática que sempre foi conseguir me vestir. Há pouco tempo, o gordo só usava o que servia, não tinha essa de tendência para nós. Por causa de todas as mudanças no cenário plus size e também na minha relação com o meu corpo, de uns anos pra cá eu estou tomando mais gosto pelo momento de escolher roupas e aos poucos vou construindo o meu próprio estilo. Está sendo uma reconstrução total da minha imagem!
Vou aproveitar para deixar aqui embaixo algumas fotos de looks que eu amo. Com eles me sinto linda e confortável, também vou indicar de onde eles são. Como vocês vão ver já já, eu sou a louca das listras. Amo muito todos os tipos de roupas listradas, rs!!
