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Qual foi a coisa mais bonita que você já fez por você?


Oi, querid@s. Feliz quinta-feira!

Nesta semana apareceu um post para mim no Instagram que perguntava qual foi a coisa mais bonita que eu já fiz por mim. Parei para pensar e fiquei com uma resposta que é muito importante para mim: começar a fazer terapia. Obrigada pelo exercício de reflexão, @modices! Aliás, sigam a Carla Lemos, vocês não vão se arrepender.

Mais de uma vez o meu pai disse que eu deveria fazer terapia durante a adolescência. Segundo ele, o atendimento psicológico me ajudaria com a ansiedade e as inseguranças. Lá em casa problemas psicológicos nunca foram tabu, mas a verdade é que eu mesma nunca levei isso muito a sério e não entendia bem como a terapia poderia me ajudar. O conceito de ansiedade que eu tinha naquela época era outro. Eu queria tentar um dia, mas nunca foi a minha prioridade fazer terapia.

Até que em janeiro de 2017, aos 25 anos, eu fui parar no hospital duas vezes. A primeira foi no dia 2 e a outra vinte dias depois. Os sintomas foram muita dor de cabeça, falta de concentração no trabalho, em seguida falta de ar e choro/nervosismo por não conseguir respirar. Eu não sabia o que estava acontecendo. Nas duas ocasiões busquei atendimento em prontos-socorros públicos, me medicaram com calmante e me deixaram no repouso fazendo inalação. A primeira médica disse que parecia ser uma crise de ansiedade. Outra vez eu não sabia o que estava acontecendo.

Fiz exames de sangue, exames cardíacos, verifiquei a pressão e estava tudo bem. Sempre foi assim, a minha saúde nunca foi de dar problemas. Mas a saúde mental estava dando sinais de que as coisas não estavam bem e como eu não priorizava isso, ela precisou atacar o corpo para que parasse um pouco para olhar para mim. A segunda médica que me atendeu conversou comigo sobre procurar uma psicóloga e disse que isso poderia me ajudar.

Foi aí que em fevereiro de 2017 eu comecei a fazer terapia e essa foi uma das coisas mais bonitas que eu já fiz por mim. Só eu e a Camila, minha psicóloga querida, sabemos como eu melhorei nos últimos meses. Primeiramente, consegui falar sobre mim para uma pessoa que eu não conhecia. Depois eu fui conhecendo partes de mim que estavam escondidas, aprendi a respeitar os meus limites, consegui lidar com problemas que pareciam não ter solução, me amei mais, me culpei menos, sofri menos ao falar não e descobri que não tem problema precisar de ajuda. Por mais que a minha mente me falasse que sim, eu não precisava resolver tudo sozinha.

A terapia foi mais um ato de amor próprio que eu tive nos últimos anos. Se você que está aí lendo tiver oportunidade, faça terapia. Eu sei que nem todo mundo tem condições financeiras, esse também foi um fator que sempre me afastou de procurar um psicólogo, mas existem alternativas. É possível encontrar profissionais que atendem a preços mais baixos e que cabem no orçamento (esse foi o meu caso), também dá para conseguir atendimento gratuito nas faculdades, alguns convênios já cobrem atendimento psicológico e existem grupos de profissionais que atendem de forma gratuita. Vou deixar algumas opções no fim do texto.

A mensagem que eu quero deixar aqui é que a gente precisa se cuidar e que saúde mental é importante. Eu precisei chegar no limite do esgotamento, aos 25 anos, e ir parar no hospital para olhar para mim e ver que eu não estava bem. Eu nem sei como eu estaria agora se eu não tivesse começado a me cuidar. Não tenho dúvidas de que eu tinha muitas chances de perder para a depressão e que a cada dia a minha mente me sabotava mais e mais.

Mesmo as pessoas que convivem com a gente não tem ideia do que passa na nossa cabeça. A ansiedade e a depressão são armadilhas, mas com ajuda a gente consegue lidar com isso e até é possível deixar essa fase para trás.

Se for possível, não esperem chegar ao limite e não tenham vergonha de pedir ajuda. Respeitem e reconheçam as suas dores, os seus medos e os seus limites. O autoconhecimento liberta. Sei que infelizmente ainda rola muito preconceito quando o assunto é terapia/psicólogo/psiquiatra, mas temos que normalizar isso. Bora fazer terapia, meu povo!

Como eu mudei de país, eu interrompi a terapia depois de 1 anos e 5 meses de acompanhamento semanal. Agora mesmo não lembro da última vez que eu tive uma crise de ansiedade e carrego comigo todas as lições que aprendi durante os atendimentos. Se eu sentir que preciso voltar, não vou pensar duas vezes, é muito bom saber que posso pedir ajuda. A vida é uma barra muito pesada para segurar sozinha.

Não esqueçam, façam coisas bonitas por vocês!

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Dicas para quem quer conversar com um psicólogo:

Se alguém tiver mais dicas em outras cidades pode me mandar que eu atualizo o post.

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